terça-feira, 31 de agosto de 2010

Candidatura Dilma passa por novo ataque em telejornal da Globo

A Rede Globo voltou a tentar associar a candidatura de Dilma Rousseff (PT) à presidência da República à falta de ética e à contradição política, durante entrevista ao vivo da presidenciável ao Jornal da Globo, na madrugada desta terça-feira (31).

Em vez de pautar o debate sobre conteúdo do programa de governo, ou críticas à gestão do governo Lula, os apresentadores do noticioso optaram por repetir questões como elaboração de supostos dossiês, alianças com políticos envolvidos em episódios de corrupção, distribuição de cargos num eventual novo governo petista, associação com a guerrilha colombiana, a proximidade com Cuba e até mesmo sobre a aparência pessoal da candidata.

Todos os questionamentos foram devidamente respondidos ou desmontados pela candidata, que lembrou, por exemplo, algumas das denúncias associando o PSDB ao vazamento de informações sigilosas no passado (no BNDES, no Banco do Brasil e no gabinete da Presidência).

Também afirmou que não discute a presença de nenhum nome em um eventual governo seu até que os resultados das votações sejam conhecidos. “Pesquisa não ganha eleição. Eu não sento na cadeira (de presidente) antes, porque é preciso respeitar o voto popular e sei que isso dá azar”, lembrando o episódio em que Fernando Henrique Cardoso perdeu a eleição para a prefeitura de São Paulo para Jânio Quadros, em 1985.

Não houve perguntas sobre educação, saúde ou segurança - os temas mais recorrentes em entrevistas do tipo. Na segunda parte do programa, Dilma chegou a ser questionada sobre o nível de investimentos públicos em relação à arrecadação de impostos - a apresentadora Cristiane Pelajo disse que o governo investia pouco.

Ela começou sua resposta afirmando que discordava de Pelajo e que os governos anteriores ao atual mantiveram o país praticamente sem investimentos federais por 25 anos. Em seguida, a candidata enumerou uma série de obras e seus benefícios, iniciados nos oito anos de governo Lula.

A última pergunta, feita pelo jornalista William Waack, foi sobre ajuste fiscal, um dos temas que passou a frequentar a pauta dos jornais e revistas do país nos últimos dias. Dilma afirmou que é contra o ajuste fiscal.

"O que é ajuste fiscal? É regime de caixa. Caracteriza-se pelo fato que na despesa você sai cortando: aumento de salário mínimo, aumento de salário... investimento, saneamento, nem pensar. Como é regime de caixa, tem um lado da receita que todo mundo esquece. Sabe o que você faz? Você aumenta imposto.... O país não precisa mais passar por isso."

O mesmo telejornal entrevista o candidato do PSDB, José Serra, na madrugada desta quarta, 1º de setembro. No dia seguinte, é a vez de Marina Silva (PV).






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