terça-feira, 31 de agosto de 2010

Carta de repúdio ao despreparo na gestão da educação em São Paulo

Como mãe de dois filhos, me senti estarrecida neste último dia de agosto, como todas as mães e mulheres deveriam estar, com os atos que se seguiram à requisição do governo do Estado de São Paulo em recuperar o material entregue pela Secretaria de Educação dias atrás.

Não apenas por conta da grosseria e da rispidez dos funcionários em reaver as obras – uma a uma, com ganas.
Não apenas pelo descaso em não comunicar propriamente professores, cidadãos e alunos da real necessidade, impondo à questão ares de mistério e de maneira tirânica, conforme relatos.

Não apenas por esta decisão apresentar a torta maneira de gerir a educação neste estado, que sexualiza a educação e constrói um mundo diferente do real aos olhos dos jovens.
Não apenas porque recursos na ordem de milhões foram gastos com a publicação de mais uma obra a ser recolhida e ter o destino da incineração ou de um depósito qualquer.

Fico ofendida por tudo isso, mas, principalmente, pois apresenta o descaso e o despreparo em lidar com a juventude e com a educação - tão primordiais para mim como mãe, tão desimportantes em outras esferas.

Enfim, depois de tudo que temos visto nos últimos anos, não me surpreendo com a atitude, mas fico imensamente preocupada.


Mais informações:

A literatura é sim importante à formação da cidadania e do caráter de nossas crianças e não deve ser encarada como mero adendo à educação. Precisa ser encarada com seriedade. Não é de bom tom permitir que o material obrigatório de leitura do estado incite a sexualidade nos jovens do ensino fundamental e médio, ensine palavras impronunciáveis de baixo calão ou recrie ambientes libidinosos. Não que a leitura de Ignácio Loyola deva ser censurada, mas o cuidado redobrado que se precisa ter ao ler “Obscenidades de uma dona de casa” é imenso – até porque ainda não atingimos (pais, professores e educadores) o grau de maturidade para leituras obscenas em sala de aula.

Ao ter conhecimento da polêmica após ligação de dezenas de mães aflitas e de professoras da rede estadual nervosas por conta dos acintes, me sinto no direito e no dever de defender nossas crianças. Boquiaberta, refleti: “Será que é esse o tipo de livro que o governador e demais autoridades leriam a seus netos e netas. Trata-se de um desserviço, qualquer que seja a resposta. Fico pensando, com tanto a ser lido e com tantas obras importantes a serem financiadas, precisamos ficar controlando as escolhas duvidosas do Estado. Que situação lastimável!”.

A defesa da Secretaria de Educação do Estado, publicada em nota, é a de que como o livro foi selecionado por banca de consultores de uma universidade alemã e da USP, a escolha havia sido adequada. Mas se tanto pavor tem causado aos pais, há sim, um grande problema no ar. Será que é essa a sociedade que queremos, onde pais e especialistas em educação apontados pelo governo divergem em uma questão tão simples como o livro que nossas crianças devem ler? Quem estará errado? O Estado ou a sociedade?

Enfim, depois de tudo que temos visto nos últimos anos, não me surpreendo com a atitude, mas fico imensamente preocupada.

Estela Almagro


Este é o livro recolhido

Prá você que vai votar na DILMA ( Rap da Dilma)

Lucélia Santos apoia Mercadante ao Governo de SP

Candidatura Dilma passa por novo ataque em telejornal da Globo

A Rede Globo voltou a tentar associar a candidatura de Dilma Rousseff (PT) à presidência da República à falta de ética e à contradição política, durante entrevista ao vivo da presidenciável ao Jornal da Globo, na madrugada desta terça-feira (31).

Em vez de pautar o debate sobre conteúdo do programa de governo, ou críticas à gestão do governo Lula, os apresentadores do noticioso optaram por repetir questões como elaboração de supostos dossiês, alianças com políticos envolvidos em episódios de corrupção, distribuição de cargos num eventual novo governo petista, associação com a guerrilha colombiana, a proximidade com Cuba e até mesmo sobre a aparência pessoal da candidata.

Todos os questionamentos foram devidamente respondidos ou desmontados pela candidata, que lembrou, por exemplo, algumas das denúncias associando o PSDB ao vazamento de informações sigilosas no passado (no BNDES, no Banco do Brasil e no gabinete da Presidência).

Também afirmou que não discute a presença de nenhum nome em um eventual governo seu até que os resultados das votações sejam conhecidos. “Pesquisa não ganha eleição. Eu não sento na cadeira (de presidente) antes, porque é preciso respeitar o voto popular e sei que isso dá azar”, lembrando o episódio em que Fernando Henrique Cardoso perdeu a eleição para a prefeitura de São Paulo para Jânio Quadros, em 1985.

Não houve perguntas sobre educação, saúde ou segurança - os temas mais recorrentes em entrevistas do tipo. Na segunda parte do programa, Dilma chegou a ser questionada sobre o nível de investimentos públicos em relação à arrecadação de impostos - a apresentadora Cristiane Pelajo disse que o governo investia pouco.

Ela começou sua resposta afirmando que discordava de Pelajo e que os governos anteriores ao atual mantiveram o país praticamente sem investimentos federais por 25 anos. Em seguida, a candidata enumerou uma série de obras e seus benefícios, iniciados nos oito anos de governo Lula.

A última pergunta, feita pelo jornalista William Waack, foi sobre ajuste fiscal, um dos temas que passou a frequentar a pauta dos jornais e revistas do país nos últimos dias. Dilma afirmou que é contra o ajuste fiscal.

"O que é ajuste fiscal? É regime de caixa. Caracteriza-se pelo fato que na despesa você sai cortando: aumento de salário mínimo, aumento de salário... investimento, saneamento, nem pensar. Como é regime de caixa, tem um lado da receita que todo mundo esquece. Sabe o que você faz? Você aumenta imposto.... O país não precisa mais passar por isso."

O mesmo telejornal entrevista o candidato do PSDB, José Serra, na madrugada desta quarta, 1º de setembro. No dia seguinte, é a vez de Marina Silva (PV).






segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Dilma: população vai ter internet rápida e barata

Popularizar a internet e facilitar o acesso para mais de 40 milhões de brasileiros. Essa é a proposta da candidata pela coligação Para o Brasil Seguir Mudando, Dilma Rousseff, para um serviço de banda larga de qualidade e com preços mais acessíveis.
 
“Hoje o acesso à internet é limitado às classes média alta e alta, que somam mais ou menos 12 milhões de pessoas”, disse Dilma, em entrevista coletiva à imprensa na tarde deste domingo. “No Brasil hoje a banda larga é lenta e cara. Aqui se paga, por exemplo, duas vezes e meia mais do que no México.”
 
Ela pretende levar, até 2014, internet rápida por um preço entre R$ 15,00 e R$ 35,00 para as 27 capitais e 4.283 municípios, conforme está previsto no Plano Nacional de Banda Larga do Governo Federal.
 
Segundo Dilma, a ideia é atender a população em geral e as empresas (microempresários, médios e grandes) o acesso a um serviço de qualidade com preços acessíveis. “No Brasil isso vai significar acesso não só para a população em geral como também é um instrumento de aumento de produtividade.”
 
A proposta é tornar a banda larga disponível por meio da Telebras, usando as fibras ópticas das empresas de eletricidade e dos gasodutos da Petrobras. Será uma rede básica de transmissão de dados, voz e imagens de grande extensão. O montante previsto para ser gasto é de pouco mais de R$ 3 bilhões.
 
Parcerias
 
O objetivo também é fazer parcerias com os prestadores de serviços, os provedores normais, com lan houses e comunidades para diversificar a produção e impulsionar a concorrência.
 
O Plano Nacional de Banda Larga foi formatado quando a candidata petista ainda estava na chefia da Casa Civil. Na quinta-feira passada (26), o governo federal anunciou a relação das cem cidades que terão acesso à internet rápida até o final de 2010.
 
Nesta primeira fase, serão beneficiadas mais de 14 milhões de pessoas. As cem cidades estão distribuídas nos seguintes estados: Alagoas, Goiás, Minas Gerais, Pernambuco, Sergipe, São Paulo, Bahia, Paraíba, Ceará, Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Maranhão, Piauí e Tocantins. Além desses estados, estão incluídas 15 capitais das regiões Sudeste e Nordeste, além do Distrito Federal.

Os critérios escolhidos para a seleção dos primeiros municípios atendidos são a existência de redes de fibra ótica, a proximidade de até 50 km com os pontos de presença, chamados de POPs, cidades com menor densidade de banda larga e com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), áreas urbanas pobres e densamente povoadas, além de áreas rurais e regiões remotas.



 

Economia brasileira tem condições de crescer 5,5% ao ano até 2014, diz Mantega

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse hoje (30) que a economia brasileira tem condições de crescer a uma taxa média anual de 5,5% nos próximos quatro anos. Segundo ele, esse patamar pode ser atingido já em 2011.

Ao participar hoje (30), em São Paulo (SP), do 7º Fórum de Economia, promovido pela Escola de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV), Mantega disse acreditar que Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro tenha crescido de 0,5% a 1% no segundo trimestre do ano. O resultado será divulgado na sexta-feira (3).

De acordo com Mantega, o crescimento da economia brasileira é "sustentável", já que a inflação está sob controle e houve, nos últimos anos, um aumento do poder de compra de milhares de brasileiros que, ao alimentar o consumo interno, permitiram que o setor produtivo enfrentasse a última crise econômica mundial. Para o ministro, a taxa de inflação anual não deverá ultrapassar 5,2%, "o que, com um crescimento de 7%, é algo favorável".

Quanto às previsões de que o PIB cresça 7% este ano, Mantega destacou que, caso isso se confirme, será o melhor resultado dos últimos 24 anos. "Isso não é um resultado pontual, mas sim fruto de um processo. O Brasil alcançou um outro patamar de crescimento, que é qualitativo e sustentável", destacou.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Mercadante, sua história, suas lutas. Vamos divulgar!

Profissão na prática

Para unir a qualificação profissional e o atendimento ao público, os Hospitais Universitários são pontos de referencia nacional e abrigam cerca de 10 mil leitos, quase exlcusivamente destinados ao Sistema Único de Saúde (SUS). Ao todo, no Brasil, existem 46 instituições vinculadas a 32 universidades federais.

Os hospitais universitários são centros de formação de recursos humanos, onde estudantes desenvolvem pesquisas e fortalecem a tecnologia na área hospitalar.

São mantidos pelo Governo Federal e ligados às instituições de ensino superior. Dessa verba, 80% vêm do Ministério da Educação e 20% do Ministério da Saúde.

É dentro dos hospitais universitários que estudantes têm seu primeiro contato com os pacientes e também onde desenvolvem autoconfiança, segurança e o domínio da profissão.

“É muito importante para a segurança e formação profissional. Além disso, percebemos o que gostamos e o que não gostamos de trabalhar. A prática dá um direcionamento na especialização que você deseja atuar no mercado”, conta a dentista Kátia Jane Seibert, que fez estágio durante quarto meses no Hospital Universitário de Brasília (HUB).

Segundo dados do Ministerio da Educação (MEC), atualmente 72 mil alunos de diversos cursos da área da saúde fazem parte da rede de hospitais universitários e quase 5 mil fazem alguma especialização.

Sem contar que as pesquisas desenvolvidas por alunos contribuem para a area da saúde. Em 2008, por exemplo, foram produzidos 1.244 dissertações, 535 teses e 4.458 artigos internacionais.

Estadão e Folha não entendem humor de Lula

Só pode ser brincadeira. Os jornalões paulistas levaram a sério a piada do presidente Lula sobre fazer uma “emendinha” na Lei da Nova Defesa para ampliar seu mandato, que está chegando ao fim. Veja como a Folha noticiou: Petista diz que poderia ter feito ‘emendinha’ para esticar mandato. E ainda apontou a falsa contradição: Presidente, no entanto, sempre negou a possibilidade de haver terceiro mandato. Estadão foi na mesma linha: Lula lamenta não ter tentado 3º mandato. Dos grandões, só o Globo entendeu o chiste: Lula e a ‘emendinha’ -- Presidente, em tom de brincadeira, lamenta falta de iniciativa por mandato maior.

Vejam e ouçam o que ele disse e como disse, para avaliar o senso de humor da Folha e do Estadão:



terça-feira, 24 de agosto de 2010

Dilma: Como enfrentar o problema das drogas no país

O combate às drogas deve ser intensificado em todo o país, principalmente com relação ao crack. Segundo a candidata Dilma Rousseff, esse tema é um dos grandes desafios para os próximos anos. “O crack tem um poder muito grande de dissolver a família e de comprometer a capacidade dos jovens tanto no estudo como no lazer”, afirmou ela, durante entrevista coletiva em Brasília.

Dilma sugere que os governos estaduais, municipais e federal tenham uma estratégia em comum com a sociedade organizada (igrejas e entidades como os clubes de mães).

A candidata enumerou três pontos a serem atacados: prevenção, tratamento e policiamento de fronteira. No primeiro, citou exemplos que já deram certo como a elaboração e distribuição nas escolas de cartilha educativa ilustrada pelo cartunista Maurício de Souza, utilizando os personagens da Turma da Mônica, e a campanha “Crack nem Pensar”, do Grupo RBS de Comunicação, no sul do país.

Dilma defendeu a construção de uma rede de atendimento, organizada com enfermarias especializadas nos Hospitais Gerais, clínicas para usuários e comunidades terapêuticas, credenciadas pelo Ministério da Saúde.

Fronteiras vigiadas

Um dos principais pontos de combate às drogas, segundo ela, é a vigilância das fronteiras. Dilma destacou a informação integrada entre Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Forças Armadas, Polícia Civil e Militar e também as autoridades municipais das regiões fronteiriças.

“O uso da informação e dos sistemas de inteligência vão intensificar o controle da fronteira seca do país, que tem mais de oito mil quilômetros”, ressaltou. A candidata reforçou a proposta do uso do Veículo Aéreo Não Tripulado (Vant), que permite um patrulhamento eficaz das fronteiras.

“Isso [o Vant] permite perceber transporte de armas, drogas e movimentações suspeitas, além de agilizar a ação, tornando-a em tempo real”, disse, lembrando que pretende adquirir mais 10 Vants. “Ele é muito importante porque integra a terceira perna do tripé que é um policiamento forte e sofisticado para ver as movimentações nas regiões de maior comercialização e distribuição de drogas.”

Economia

Na área econômica, Dilma salientou que o Brasil não tem o cenário de crise visto em 2002, tem estabilidade e inflação sobre controle. Segundo ela, a relação da dívida pública pelo Produto Interno Bruto (PIB) seguirá em queda, o que dispensa grandes ajustes nas contas do governo.

“É muito prudente manter as coisas como estão”, disse. “Eu não concordo que o Brasil tenha que ser submetido a ajustes fiscais a cada final de governo. O que tem de ter é o que se vê no governo Lula. No início deste ano, o governo achou que podia haver algum problema e o que foi feito? Contingenciou R$ 10 bi do orçamento da União.”

O ABC está com Mercadante

Dilma discute propostas para Segurança Pública

A candidata da coligação Para o Brasil Seguir Mudando, Dilma Rousseff, se encontrou no último domingo com assessores no escritório político, em Brasília, para finalizar as propostas de Segurança Pública no programa de governo. Alguns pontos discutidos foram a segurança nas fronteiras para combater o crime organizado, a melhoria do sistema penitenciário e a agilidade da Justiça.

Segundo ela, o combate ao crime exige valorização dos policiais que devem ter melhores salários e formação adequada. Um exemplo é o Bolsa Formação que paga R$ 400 para custear estudos do policial. “A gente quer trabalhar com uma polícia do século XXI e não com uma polícia que se baseia pura e simplesmente no policiamento ostensivo.”

Dilma lembrou que a Segurança Pública deve estar articulada com mecanismos que garantam uma política penitenciária adequada. Segundo ela, é importante lembrar que o governo do Rio fez uma parceria importante com o governo federal para resolver a questão dos presos de alta periculosidade. "Isso diminui o uso dos presídios como plataforma do crime”, afirmou.

Dentro das ações de inteligência, a candidata destacou o Veículo Aéreo Não Tripulado (Vant), que permite um patrulhamento eficaz das fronteiras. O Vant voa por quase 23 horas e detecta tudo que esteja acima de 50 centimetros do solo. “Isso permite perceber transporte de armas, drogas e movimentações suspeitas, além de agilizar a ação, tornando-a em tempo real”, disse, lembrando que pretende adquirir mais 10 Vants.

Unidades pacificadoras

As Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), segundo Dilma, têm sido um dos elementos mais importantes para derrotar o crime no Rio de Janeiro. “Eu considero que uma grande tarefa no governo, a partir de 2011, e nos outros governos que vierem, será combater e derrotar o crime.”

Dilma comentou a ação policial no Rio de Janeiro realizada ontem, quando bandidos invadiram um hotel de luxo na cidade durante uma fuga. “Se nos fizermos um balanço isento, vamos ver que a polícia agiu prontamente, rápido e prendeu os criminosos.”

Para Dilma, o Rio de Janeiro obteve grandes avanços e um combate sistemático ao crime organizado e ao tráfico de drogas, graças à parceria do governo do estado, das prefeituras com o governo federal





ICC mostra aumento da confiança do consumidor em agosto

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da Fundação Getulio Vargas - composto por cinco quesitos contidos na Sondagem de Expectativas do Consumidor – elevou-se em 0,7% entre julho e agosto de 2010, ao passar de 120,0 para 120,8 pontos, considerando-se dados com ajuste sazonal.

Os consumidores brasileiros mantêm-se satisfeitos com o momento atual e com perspectivas otimistas para os meses seguintes. O Índice da Situação Atual (ISA) subiu 0,6%, ao passar de 134,9, em julho, para 135,7 pontos, em agosto, atingindo novo recorde histórico. O Índice de Expectativas (IE) avançou 0,7%, ao passar de 112,1 para 112,9 pontos, o melhor resultado desde março de 2008 (117,6 pontos).

Em agosto, o indicador que mede a satisfação com as finanças pessoais elevou-se em 1,3% na comparação com o mês anterior, atingindo o máximo da série iniciada em setembro de 2005 (114,5 pontos). A proporção de consumidores que avaliam a situação financeira da família no momento como boa aumentou de 24,1% para 25,8% do total; a dos que a consideram ruim passou de 11,1% para 11,3%.

Dentre os quesitos integrantes do ICC, o indicador de ímpeto para compras de bens duráveis exerceu a maior influencia sobre a evolução favorável do índice no mês. A parcela de consumidores que projetam compras maiores nos seis meses seguintes subiu de 14,0% para 16,6%; a dos que preveem compras menores passou de 27,9% para 27,1%.

A Sondagem de Expectativas do Consumidor é realizada com base numa amostra de mais de 2000 domicílios em sete das principais capitais brasileiras. A coleta de dados para a edição de agosto de 2010 foi realizada entre os dias 30 de julho e 19 de agosto de 2010.

O emocionante programa de TV da Dilma exibido na tarde de 24/08/2010

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Como votar na Estela 13258

Mais R$ 7 milhões para pesquisas de gênero e feminismo

O Governo Lula vai destinar R$ 7 milhões para pesquisas e estudos sobre gênero e feminismo. O edital para acessar esses recursos será lançado nesta segunda-feira (23), às 19 horas, durante a abertura do “Seminário Internacional Fazendo Gênero 9”, em Florianópolis (SC).

O evento bianual é promovido pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Reconhecido como o maior encontro de pesquisadores de gênero da América Latina, o seminário reúne cerca de 4,5 mil pessoas - entre especialistas, pesquisadores e representantes de governos de diversos países.

A programação inclui apresentação de trabalhos, palestras, minicursos e simpósios temáticos, mesas-redondas e oficinas, além mostras audiovisuais e fotográficas.

Entre os palestrantes internacionais estão Margarita Iglesias Saldaña (Faculdade de Filosofia da Universidade do Chile), Manuela Marujo (Universidade de Toronto) e Natália Ramos (Universidade Aberta de Lisboa).

SPM

O Governo Lula é parceiro da iniciativa e a ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Nilcéa Freire, participa do evento. Sônia Malheiros, que é secretária Nacional de Articulação Institucional da SPM, também estará lá.

Na opinião de Sônia, o encontro propicia a elaboração um diagnóstico dos estudos realizado na área de gênero.

“Teremos um panorama do que está sendo produzido no Brasil e em outros países em termos de monografias, dissertações, teses e demais pesquisas científicas, com vista a promover a igualdade entre homens e mulheres.

do Mulheres com Dilma

Brasil faz acordo inédito contra exploração sexual

A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (Sedh) e 20 empresas brasileiras assinam na próxima segunda-feira (23), às 9h, acordo inédito para combate à exploração sexual de crianças e adolescentes. Com o acordo, as empresas se comprometem a realizar campanhas de sensibilização entre seus funcionários e clientes, além de divulgar os Conselhos Tutelares e o Disque 100, serviço nacional de recebimento de denúncias de violações dos direitos infantis.

A assinatura da Declaração de Compromisso Corporativo no Enfrentamento da Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes será realizada na sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), no centro do Rio de Janeiro (RJ).

O documento prevê que as corporações participantes informem aos seus clientes a importância da promoção dos direitos humanos de crianças e adolescentes, prevenindo a exploração sexual e divulgando, sempre que possível, os canais de denúncia.

Além disso, o texto também possibilita aos empresários inserirem, nos documentos de contratação, cláusulas declarando explicitamente a rejeição “a qualquer forma de exploração sexual” de meninos e meninas, e “a qualquer ação ou material promocional que a estimule, inclusive a publicidade”.

Campanha nacional

Durante a assinatura do acordo, os empresários também conhecerão a arte da campanha nacional contra a exploração sexual, que foi desenvolvida pela ONG Associação Brasileira Terra dos Homens e pelo Comitê Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes. O símbolo é um guindaste, ícone de desenvolvimento industrial.

A campanha será veiculada na forma de anúncios em revistas e jornais de circulação nacional, outdoors, comercial televisivo e spot de rádio, além de cartazes e folders. O argumento central é que as empresas que contribuem para geração de riquezas também podem ser responsáveis pela promoção dos direitos humanos, frente da maior importância para o desenvolvimento de uma nação.

As empresas que queiram participar desse movimento de responsabilidade social podem se inscrever por meio do site oficial da campanha, onde também estão disponíveis outras informações.

DIÁRIO DE CAMPANHA – O ABC de Lula, o metalúrgico

Ninguém ousa duvidar da capacidade da Patrícia, que tem só 19 anos, mas monta caminhões que nem gente grande. Ninguém ousa duvidar da capacidade da Cristina, nem da Daniela, nem dos outros 12 mil operários e operárias da fábrica da Mercedez, em São Bernardo do Campo.

Três décadas depois da célebre sentença proferida pelo então então líder das históricas greves do ABC – “Que ninguém, nunca mais, ouse duvidar da capacidade da classe trabalhadora brasileira” – a verdade é que ninguém ousa duvidar da capacidade da classe trabalhadora brasileira. Afinal, como duvidar de uma gente que fabrica caminhão e governa e constrói um país melhor?

São 5h30, o dia ainda nem amanheceu, e já está de pé, no alto do carro de som, o torneiro mecânico e líder sindical que envelheceu 30 anos, branqueou o cabelo e a barba e virou presidente da República, mas nunca esqueceu de onde veio. Na fila da frente, olhos, ouvidos e corações atentos, lágrimas a muito custo contidas, velhos companheiros de luta: Gijo, Wagner Lino, João Cardoso Profeta... Gente que enfrentou a ditadura, apanhou da polícia, perdeu o emprego, correu perigo de vida. Gente que, mais do que reajustes salariais e melhores condições de trabalho, lutou pela democracia, pela liberdade. Mais atrás, no meio da peãozada que se aglomera no pátio da Mercedez, a presença maciça de mulheres metalúrgicas: Patrícia, Cristina, Daniela... Herdeiras da luta dos que vieram antes – mas também lutadoras, todas elas.

As duas gerações de operários e operárias vieram rever o companheiro de profissão e luta. Elegeram o primeiro operário presidente. Agora, querem eleger a primeira mulher presidente. Mas é outra mulher, Marta Suplicy, prestes a se tornar a primeira senadora pelo estado de São Paulo, quem explica o sentido desta inusitada assembleia de porta de fábrica: trata-se, na verdade, de um ritual de passagem. “O Lula trouxe a Dilma aqui porque ela não pode se tornar presidente do Brasil sem antes olhar nos olhos dos trabalhadores e das trabalhadoras do ABC”.

O dia amanhece, e Dilma olha nos olhos dos trabalhadores e das trabalhadoras. Em seguida, anuncia por que veio: “Vim assumir com vocês o mesmo compromisso que o presidente Lula assumiu”. Não é um compromisso fácil, avisa Lula, logo em seguida. Mas não existe compromisso mais sincero no mundo: “Esses companheiros e essas companheiras, Dilma, eles exigem, eles cobram muito da gente. Mas são os primeiros a ajudar quando a gente precisa. Não existe lealdade maior do que a deste povo”.

Lula sabe do que fala. Fala do que sente. Está em casa, no meio do seu povo. O menino pobre de Garanhuns renasceu líder operário aqui, nesses chãos de fábrica; também aqui, nesses mesmos chãos de fábrica, o líder operário começou a nascer presidente da República. “Muita gente morreu lutando pela democracia. Mas a verdade é que a democracia começou a ser construída em 1978, quando a peãozada do ABC se levantou contra a ditadura”, lembra Lula. Gijo, Walter Lino, João Cardoso Profeta, os companheiros de luta, orgulham-se do passado e veem com satisfação o presente da classe trabalhadora.

Patrícia, Cristina, Daniela, as herdeiras da luta, se orgulham do presente e têm os olhos postos sobre o futuro. “Vejo uma cabine de caminhão passando na rua e penso: Fui eu que fiz”, conta a montadora Patrícia, que só tem 19 anos e começou aos 16, como aprendiz. “E o orgulho é ainda maior porque antes, no tempo do Lula, não havia mulheres trabalhando em montadoras, nós estamos conquistando esse espaço. Agora é trabalhar e estudar para ser engenheira.” “Levanto todos os dias às 4h30, com um sorriso de orelha a orelha”, sorri, de orelha a orelha, a também montadora Daniela Hungria. “E eu sei que estou aqui, conquistando meu próprio sustento, minha independência, graças ao Lula, à geração do Lula. Ele foi do chão de fábrica, conhece a nossa linguagem, sabe o que a gente sente”. “Sempre sonhei ser metalúrgica”, lembra a operadora de máquinas Cristina Aparecida Neves. “Passei dez anos tentando, e só consegui em 2004, graças ao governo do meu colega Lula, quando as montadoras, em vez de demitir, passaram a admitir.”

Felizes, Patrícia, Cristina e Daniela vão começar mais uma jornada de trabalho. Primeiro, vão abraçar o operário presidente e a mulher presidente. Mas antes, a caçula Patrícia faz questão de deixar um recado: que ninguém, nunca mais, ouse duvidar da capacidade da mulher brasileira. “Ora, a mulher é capaz de fazer superbem tudo o que ela quiser. A gente já faz caminhão; agora a gente vai governar o Brasil.”


No dia da eleição não esqueça de levar um documento oficial com foto

Lula no ABC: Dilma veio pegar energia na porta da fábrica onde tudo começou

Numa assembléia especial que reuniu cerca de 10 mil trabalhadores na porta da fábrica da Mercedes-Benz, em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, o Presidente Lula "apresentou" no início da manhã desta segunda-feira (23), a ex-chefe da Casa Civil Dilma Rousseff como candidata do PT e dele a presidente.

Lula chamou Dilma de "presidenta" e disse que, embora as pesquisas sejam favoráveis, não dá para ganhar a eleição apenas com elas. "Quanto mais as pesquisas ficam favoráveis, mais a gente tem de assumir responsabilidade", disse ele, às 6 horas.

Acompanhado dos candidatos a governador de São Paulo Aloizio Mercadante (PT) e a senador Marta Suplicy (PT-SP), Lula destacou a importância de trazer a candidata do PT a presidente para a porta de uma fábrica, onde a história política dele começou. "Era importante Dilma pegar energia aqui, na porta de uma fábrica, onde tudo começou." Além de Mercadante e Marta, estavam os deputados Antonio Palocci (PT-SP) e José Eduardo Martins Cardozo (PT-SP), coordenadores da campanha da candidata do PT, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) e antigos colegas do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

Depois do breve comício, o presidente desceu do caminhão de som, acompanhado de Dilma e dos candidatos do PT a governador e a senador por São Paulo, para cumprimentar os operários na entrada da unidade. "Não é sempre que um trabalhador pode pegar na mão de uma mulher presidente da República", justificou. Durante o discurso, o presidente lembrou dos tempos de sindicato e dos principais companheiros que acompanharam a trajetória dele. "Aqui, passamos um pouco de tudo", disse a Dilma. Lula propôs-se ainda a panfletar diante da fábrica. "Como vou perder o emprego em 1º de janeiro, nada como aprender a entregar panfleto outra vez", brincou.

A última vez que Lula visitou a empresa foi em 2006, nos 50 anos da fábrica, menos de um mês após a reeleição ao cargo. Desde a sexta-feira, esse é o terceiro evento na Grande São Paulo. O maior colégio eleitoral do País é administrado há 16 anos pelo PSDB e um dos poucos Estados em que o candidato a presidente José Serra (PSDB) está à frente da candidata petista nos levantamentos de intenção de voto. "Se Deus está conosco, quem está contra a gente?", perguntou Lula.


sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Os melhores momentos de Mercadante na sabatina do Estadão

Mercadante: professores falam sobre valorização da profissão

DILMA NA TV - 3

Mais qualificação para os professores

Professores brasileiros vão receber mais qualificação técnica e poderão apresentar propostas para melhorar a qualidade do ensino. Esse é o foco do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) que vai oferecer 230 bolsas de pós-graduação e pós-doutorado, em 14 universidades federais do país.

“É muito interessante o governo investir na carreira docente dos professores, oferecendo recursos que possibilitam a melhora da educação universitária”, disse o coordenador Geral de Relações de Estudantes do Ministério da Educação (MEC), Lucas Maciel.

A candidata à presidência, Dilma Rousseff, também defende a capacitação de professores: “A questão que nos preocupa fundamentalmente é a qualidade da educação. Do ensino básico, passando pelo ensino fundamental, até a pós-graduação. E essa questão está focada no pagamento e na valorização adequada do professor ou professora”.

Dilma também já se comprometeu a ampliar ainda mais acesso ao ensino superior. “Tivemos um processo muito bem sucedido de interiorização [da universidade]. E eu vou continuar de forma acelerada nas cidades pólos das diferentes regiões. Nas cidades menores, vamos continuar expandindo a Universidade”, disse Dilma.

Seleção - As universidades têm até esta sexta-feira, 20/8, para apresentar um plano de trabalho que contribua para a melhora na qualidade do ensino.

O resultado das universidades selecionadas será divulgado dia 27 de agosto no site do Reuni. Também será divulgado o quantitativo de recursos e vagas para cada universidade.

Qualificação - Estudo divulgado esta semana aponta que os brasileiros estão estudando cada vez mais. A pesquisa Doutores 2010 – Estudos da demografia da base técnico-científica brasileira aponta que o número de doutores no Brasil passou de 2.830, em 1996, para 10.705, em 2008, equivalente a um aumento de 278% em 12 anos.

Dilma: prefiro as críticas do que o silêncio da ditadura

A candidata à presidência pela coligação Para o Brasil Seguir Mudando, Dilma Rousseff, participou ontem do 8º Congresso Brasileiro de Jornais, promovido pela Associação Nacional dos Jornais (ANJ), no Rio de Janeiro, e defendeu a liberdade de expressão no país.

Ela também assinou o compromisso com a Declaração de Chapultepec, que é uma carta de princípios que defende “uma imprensa livre como uma condição fundamental para que as sociedades resolvam os seus conflitos, promovam o bem-estar e protejam a sua liberdade”.

“Eu tenho um conceito que é de vivência. E há outros de compromissos éticos e morais que se tem de ter com a democracia. Eu prefiro um milhão de vezes o som de vozes críticas, de críticas duras, que muitas vezes gostam de ferir, do que o silêncio dos calabouços da ditadura que teve nesse país”, disse aos jornalistas após discurso no Congresso.

Liberdade de expressão

Dilma argumentou que, ao lado das conquistas sociais e econômicas, um dos critérios para que um país seja considerado uma nação desenvolvida é ter democracia plena, com liberdade de imprensa e de expressão. Segundo ela, essa é uma diferença crucial entre o Brasil e outras economias em desenvolvimento.

Ela lembrou dois pontos, dos dez que compõem da Declaração de Chapultepec. Numa delas, é ressaltada a importância da liberdade de imprensa. “Não há pessoas nem sociedades livres sem liberdade de expressão e de imprensa. O exercício dessa não é uma concessão das autoridades, é um direito inalienável do povo”, discursou.

Outro ponto citado pela candidata fala sobre o compromisso da imprensa com a verdade. “A credibilidade da imprensa está ligada ao compromisso com a verdade, à busca de precisão, imparcialidade e eqüidade e à clara diferenciação entre as mensagens jornalísticas e as comerciais. A conquista desses fins e a observância desses valores éticos e profissionais não devem ser impostos. São responsabilidades exclusivas dos jornalistas e dos meios de comunicação”, citou.

Sem medo dos movimentos sociais

Mais cedo no evento, o candidato José Serra criticou os movimentos sociais e as conferências nacionais realizadas pelo governo Lula. Serra disse que elas não representam a sociedade. Ao ser questionada sobre as declarações, Dilma lamentou e disse que o governo Lula “não tem medo de dialogar com os movimentos sociais e conviver com opiniões divergentes”.

O SEGREDO DE LULA

É impressionante como uma parcela significativa da elite letrada brasileira não consegue engolir a presença de Lula na presidência. Mais do que uma oposição fundamentada em razões consistentes para criticar o governo, boa parte da oposição a Lula me parece fruto de preconceito deslavado - menos contra a figura de Lula do que contra a carga simbólica que sua trajetória representa.

Somos um país históricamente marcado pela valorização demasiada da cultura bacharelesca e, ao mesmo tempo, por quatro séculos de escravidão que acabaram por desqualificar completamente o trabalho manual. A primeira constituição brasileira - a carta do Império de 1824 - estabelecia o voto censitário e preservava o escravismo, com o argumento de que libertar escravos atentaria contra o direito à propriedade privada. A primeira constituição da República - a de 1891 - proibia o voto do analfabeto e, ao mesmo tempo, não atribuia ao estado brasileiro o dever de alfabetizar a população. O Brasil, em resumo, foi pensado por sua elite política e econômica a partir da perspectiva da exclusão das massas populares do exercício da cidadania e do acesso ao saber formal

Lula, nesse sentido, foi o presidente que mostrou a essas elites que o Brasil pode, para elas, dar errado. Sim, porque até agora, na perspectiva dos donos do poder, o Brasil vinha dando certo. É simples: a exclusão social brasileira não foi resultado de políticas fracassadas. Ela foi pensada e praticada como um projeto de Estado-Nação. A chegada de Lula ao poder e a aprovação popular ao seu governo tem uma dimensão simbolica única na trajetória brasileira - é o tapa na cara da elite bacharelesca que se sente detentora do saber-poder desde sempre e não admite o sucesso do sujeito sem educação formal que, como homem comum [daí a sua grandeza] que é [somos], ocupa o cargo outrora destinado aos fidalgos do bacharelismo.

O horror de muitos adeptos da cultura bacharelesca - a tal da cultura formal - ao presidente do Brasil é o pânico diante da ameaça ao monopólio do saber instituído que essas elites sempre prezaram e exerceram. O recado que a trajetória de Lula manda aos doutores é a expressão viva da bela meditação de Vinicius de Moraes em seu Canto de Oxalufã:

Você que sabe demais
Meu pai mandou lhe dizer
Que o tempo tudo desfaz
A morte nunca estudou
E a vida não sabe ler
O beabá
Não dá pra ninguém saber
Por que é que há
Quem lê e não sabe amar
Quem ama e não sabe ler?
Você que sabe demais
Mas que não sabe viver
Responda se for capaz:
Da vida, quem sabe lá?
Da morte, quem quer saber?

Oxalufã, o Senhor do pano branco, avisa aos sabichões que o mistério do homem se instaura no tempo que a todos iguala no caminho da Noite Grande - a morte, afinal, nunca estudou e a vida não sabe ler. O conhecimento formal nunca foi sinônimo de conhecimento vital, sabedoria de vida, revela o poeta em sua prece ao grande orixá.

As elites sofisticadas brasileiras, os sabichões intelectuais, as viuvas do príncipe da sociologia FHC, os intelectuais orgânicos da plutocracia paulista, os donos dos bancos acadêmicos que vêem seus tronos doutorais ameaçados pela adoção do sistema de cotas sociais e raciais no Brasil, os conhecedores de verbos certos e letras mortas, não compreendem o sucesso de Lula por um simples motivo: É a eles que o poeta - ridicularizado por membros dessa mesma elite quando se aproxima da Umbanda e do Candomblé - se dirige quando indaga:

Por que é que há
Quem lê e não sabe amar
Quem ama e não sabe ler?

A resposta, senhores, ao mistério da popularidade de Lula está na pergunta que o poeta faz ao orixá que nos acolhe debaixo de seu alá funfun e guarda os segredos do mundo na ponta do Opaxorô, o cajado sagrado. Durante quinhentos anos o Brasil foi governado pelos letrados.

Começou a ser, com Lula, governado por quem ama.


quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Lula vai criar linha de financiamento para os estudantes brasileiros

O governo trabalha para colocar à disposição de estudantes linhas de financiamento para universidades privadas. A novidade foi apresentada pelo presidente Lula, na noite da última terça-feira (18/8), em evento realizado em Petrolina, sertão de Pernambuco. Para uma plateia de universitários, o presidente revelou que existe um estudo com esta finalidade. Os primeiros detalhes dizem que o valor devido terá uma correção a taxa de 3,4% ao ano e, após a conclusão do curso, o aluno terá carência de 18 meses e poderá saldar a dívida em até 16 anos.

Lula compareceu ao campus da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) para cerimônia de inauguração do complexo administrativo e do centro de convivência do Campus Petrolina e das obras do campus de Ciências Agrárias. Segundo revelou o presidente, a proposta foi apresentada pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, que disse à época: “Presidente, se a gente conseguir criar esse programa, vai ter muito americano com inveja dos brasileiros, porque será o programa de financiamento mais sofisticado que se tem conhecimento e com maior tempo para as pessoas pagarem”.

O presidente Lula destacou ainda que nos dias atuais os jovens têm dificuldades de acesso aos empréstimos bancários, em maior escala, pela exigência de fiador. Ele contou que o candidato pede o aval a um amigo e a resposta mais comum é que ele precisa consultar a mulher e, no dia seguinte, responde de modo negativo. Ou quando solicita para uma mulher, ela diz que vai consultar o marido e retorna com outra negativa sobre o pedido de fiança.

“Então, nós queremos criar um fundo garantidor, assumido pelo próprio governo, para a gente fazer financiamento para jovem pobre que queira estudar. Este jovem vai pagar quanto de juro, Fernando? 3,4% ao ano, este jovem vai ter… durante o momento em que ele está estudando, ele não paga nada; depois que ele se formar, ele tem acho que um ano e meio de carência e, depois, ele tem 16 anos para pagar esse dinheiro que ele tomou emprestado para se formar. Bem, se ele, em algumas áreas – eu vou falar de uma só, na área da saúde –, se formar e ele for prestar serviço, um serviço público, em uma região que mais necessita, sobretudo no SUS, a cada ano que ele trabalhar desconta um pouco daquilo que ele ia pagar, portanto, ele pode até não pagar nada do estudo que ele se formou.”

Durante a cerimônia, o presidente Lula foi convidado pelo reitor da Univasf, José Weber Macedo, para comparecer no ano que vem à universidade para dar uma aula inaugural. Ao encerrar o discurso, Lula confirmou que retornará a Petrolina, em 2011, para conversar com os universitários.

Debate do UOL: Dilma ressalta diferença de projetos

Ao encerrar sua participação no debate, a candidata Dilma Rousseff chamou a atenção dos internautas para a diferença dos projetos em disputa nesta campanha eleitoral. Sua proposta, afirmou, aponta para o futuro com mais empregos, crescimento econômico, maior igualdade, distribuição de renda e mais oportunidade.

“Em apenas sete anos e meio, nosso governo mudou o Brasil. Precisamos garantir que esse processo avance, sem interrupção ou sobressalto. Temos que melhorar ainda mais a educação, a saúde e a segurança", afirmou. "Temos que investir pesado na capacitação da juventude para o mercado de trabalho e também para formar grandes pesquisadores em ciência e tecnologia. Neste quadro de inovação, a internet é fundamental.”

Mais que voto dos internautas, Dilma pediu a participação no esforço de construção de um novo país. “Um país de homens e mulheres mais felizes e seguros, e muito mais confiantes no futuro.”

Saúde

No último bloco do debate UOL/Folha de São Paulo, a candidata à presidência Dilma Rousseff renovou seu compromisso de criar, no seu governo, centros de prevenção ao câncer, doença ainda cercada de preconceito. Dilma lembrou que o câncer é uma doença curável, sobretudo, quando diagnosticada cedo.

“O câncer é uma doença curável principalmente quando detectado logo no início. Por isso tenho a proposta dos centros de referência para prevenção”, disse a candidata.


O sentido histórico de uma candidatura

O primeiro programa de TV da candidatura de Dilma Rousseff à Presidência da República calou fundo. E a emoção que despertou não foi resultado de um truque de marketing. A excelência técnica, neste caso, foi submissa ao sentido histórico da candidatura. Entregou-se por inteiro, de joelhos – a qualidade de imagem, de edição, de som, de roteiro –, para narrar um pedaço da história recente do Brasil e para apresentar uma importante personagem dessa história. A imagem de abertura é simples e poderosa: uma estrada, um veículo e somos convidados a seguir em frente com as nossas crenças, paixões e compromissos. Essa jornada, no programa, não é uma invenção aleatória, mas sim um trajeto muito bem situado historicamente. Tem passado, presente e futuro. E estabelece nexos entre eles.

Há vários detalhes que devem ser destacados. Nos programas vitoriosos de Lula, em 2002 e 2006, a ditadura militar não foi tema no debate eleitoral. Agora, aparece já no primeiro programa de Dilma. Por duas razões. Os adversários de Dilma querem usar contra ela seu passado na luta armada contra a ditadura militar, apresentando-a como uma “terrorista”. O expediente, explicitado didaticamente na capa da revista Época, já depõe contra o candidato José Serra que, supostamente, também foi perseguido pela ditadura militar. Se não foi supostamente, ou seja, se foi de fato, não deveria jamais autorizar esse tipo de argumento autoritário e aliado do fascismo que governou o país por aproximadamente duas décadas. Mas o tiro da Época saiu pela culatra e ajudou a consolidar, na figura pública de Dilma, uma dimensão histórica que não era desejada por seus adversários (não deveria ser ao menos). A capa da revista vai, entre outras coisas, inundar o país com milhares de camisetas com o a fotografia de uma mulher que entregou-se de corpo e alma na luta em defesa da democracia. Então, ela não é apenas uma “gerentona linha dura”, sombra de Lula, sem história nem passado. A candidata não só tem passado, como o resgate desse passado parece incomodar o candidato Serra, ele também, supostamente, um resistente da ditadura.

Isso não é pouca coisa. Como tantos outros brasileiros e brasileiras valorosos, Dilma participou da resistência armada contra um regime criminoso que pisoteou a Constituição brasileira e depôs um presidente legitimamente eleito. E a palavra legitimidade adquire um sentido muito especial neste caso. A transição da ditadura para a democracia, como se sabe, ocorreu com muitos panos quentes e mediações. Muita coisa foi varrida para debaixo do tapete por exigência dos militares e seus aliados civis conservadores. E agora, uma filha da geração dos que lutaram contra a ditadura apresenta-se como candidata a disputar o posto mais alto da República. Mais ainda, como candidata a dar prosseguimento ao governo do presidente com a maior aprovação da história do país. Um presidente saído das fileiras do povo pobre, sindicalista, que também participou da luta contra o regime militar e ajudou a acelerar a transição para a democracia.

Dilma representa, portanto, a linha de continuidade de uma luta interrompida pelo golpe de 1964, retomada no processo de redemocratização e que hoje se materializa em um governo com aproximadamente 75% de aprovação popular. Ela representa também a possibilidade de outras retomadas para fazer avançar a democracia brasileira. Em outras palavras, é uma candidatura com sentido histórico bem definido, um sentido que remonta a um período anterior inclusive ao golpe militar de 1964. Quando Dilma diz que olha o mundo com um olhar mineiro e que pensa o mundo com um pensamento gaúcho, não está fazendo um gracejo regionalista, mas sim retomando uma referência histórica que remonta à primeira metade do século XX e que, ainda hoje, causa calafrios nas elites econômicas e políticas de São Paulo. Essas são algumas das razões pelas quais o programa de Dilma calou fundo. Ele fala da história do Brasil, de algumas das lutas mais caras (na dupla acepção da palavra, querida e custosa) do povo brasileiro, de vitórias e derrotas. Isso transparece em suas palavras e em seu olhar. Há verdade aí, não invenção de propaganda eleitoral. Ela viveu aquilo tudo e tem hoje a oportunidade de conduzir o Brasil nesta jornada, na estrada que nos leva todos para o futuro.

Passado, presente e futuro não são categorias isoladas e aleatórias. Um não existe sem outro. São diferentes posições que assumimos nesta estrada que aparece no programa. É um programa que cala tão mais fundo quanto mais percebemos os elos de ligação nesta jornada e a oportunidade histórica que essa eleição oferece de religar alguns fios dessa trama que, em função de algumas doloridas derrotas, acabaram ficando soltos pelo caminho.

Por Marco Aurélio Weissheimer do RS URGENTE

Na hora da decisão, tudo favorece Dilma

Durante os últimos dois anos, até outro dia, o candidato da oposição José Serra liderou com folga todas as pesquisas para a sucessão de Lula. Agora, faltando 48 dias para a eleição, Dilma Rousseff, a candidata do governo, que largou com apenas três pontos e nunca disputou uma campanha eleitoral, aparece disparada na frente, com todas as condições de vencer no primeiro turno.

Esta tendência já vinha sendo apontada faz tempo pelos institutos Vox Populi e Sensus, mas nos últimos dias também o Datafolha e o Ibope confirmaram o favoritismo de Dilma. Na noite desta terça-feira, os novos números do Ibope mostraram a candidata do PT 11 pontos à frente de Serra (43 a 32), na véspera do início do horário de propaganda política gratuita no rádio e na TV.

Não há precedente nas eleições presidenciais de mudanças nesta fase decisiva da campanha: desde 1989, venceu quem largou na frente na estréia dos programas eleitorais.

O que aconteceu? Os analistas políticos poderão dar mil respostas, mas, para mim, apenas uma, muito simples, explica o fenômeno: Dilma foi crescendo e Serra caindo à medida em que os eleitores passaram a identificá-la como candidata do presidente Lula e de um governo que tem os maiores índices de aprovação da história política do país.

Com Lula e Dilma entrando juntos todos os dias na televisão, a partir de hoje, para contar o que fizeram nestes quase oito anos de governo e apresentando comparações com o período anterior, o bom senso leva a crer que as próximas pesquisas mostrarão uma diferença ainda maior entre os candidatos do governo e da oposição.

Pois tudo neste momento favorece Dilma: mais tempo no rádio e na televisão, mais alianças e palanques estaduais, unidade no comando da campanha, o crescimento da economia, o clima de bem estar da população, uma onda favorável na hora da decisão e, principalmente, um cabo eleitoral chamado Lula.

Confesso que, a esta altura do campeonato, com todas as condições de tempo e temperatura, não gostaria de estar na pele dos marqueteiros de José Serra. Eu sei como é difícil acordar todo dia e encontrar ânimo para fazer comícios, dar entrevistas e gravar programas quando o quadro se mostra desfavorável, sem muitas esperanças de uma virada.

Aconteceu o mesmo na campanha de Lula em 1994, depois do lançamento do Plano Real. Líder nas pesquisas até maio, quando chegou a registrar 42% no Datafolha, mais do que o dobro do seu principal adversário, o tucano Fernando Henrique Cardoso, o candidato do PT viu as pesquisas virarem de cabeça para baixo de uma hora para outra.

A cada nova queda, quando os repórteres lhe perguntavam o que tinha achado da última pesquisa, Lula dava um sorriso sem graça e falava para esperar o início do horário da propaganda eleitoral e a entrada em campo da militância do PT, últimos trunfos em que jogava suas esperanças de uma virada, mas ele mesmo não acreditava nisso, sabia que não tinha mais jeito.

Já na reta final, com a vitória de FHC praticamente garantida no primeiro turno, despencando mais e mais nas pesquisas, o candidato chegou a brincar com uma repórter em Curitiba: “O que você quer que eu diga da pesquisa? Que eu estou feliz? Deste jeito, vamos ficar com saldo negativo no Ibope ao final da campanha…”.

Em nenhum momento, porém, mesmo cometendo o erro fatal de criticar o Plano Real, Lula permitiu que sua campanha passasse a atacar e desqualificar o adversário, partindo para o pau, baixando o nível, como se costuma dizer. Seguiu na mesma toada até o final, mesmo sabendo que a vaca estava caminhando solenemente para o brejo.

Pelo noticiário dos jornais e da internet nesta terça-feira, dá para notar que já bateu o desespero na campanha de José Serra e nos seus aliados na imprensa, que não sabem mais o que escrever para manter acesa a chama.

A começar pelas declarações do próprio candidato, parece que a nova palavra de ordem agora é bater pesado em Dilma, acenar com o perigo da volta dos radicais do PT, botar medo no eleitor, fazer qualquer coisa para ganhar a guerra - sempre poupando Lula, é claro, porque ninguém vai querer rasgar voto.

É um jogo de alto risco. Trata-se, afinal, apenas de mais uma eleição presidencial. Outras virão. Ganhe quem ganhar, a vida continua. Lula perdeu três vezes antes de chegar ao Palácio do Planalto. A cada eleição, no entanto, aumentava seu contingente de eleitores.

A democracia exige paciência, não perdoa os afoitos. Aécio Neves, por exemplo, sabe muito bem disso. Tudo tem a hora certa de acontecer, ou não. Não adianta querer apressar as águas do rio que correm para o mar.

por Ricardo Kotscho no Blog da Dilma